domingo, 17 de junho de 2012

Os projetos de Edmilson, e afirma que voltará a desenvolver políticas públicas na capital



Ele que é paraense, professor e arquiteto, foi eleito deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores por dois mandatos (1987-1990 e 1991-1994). Ainda pelo PT, foi eleito Prefeito de Belém, também para dois mandatos (1997-2000 e 2001-2004). Atualmente, cumpre o terceiro mandato de Deputado Estadual, iniciado no ano de 2011.

Candidato, quais os seus projetos para o trânsito da capital?
Belém precisa de um projeto que pense o transporte e o trânsito em perspectiva metropolitana, significa dar continuidade ao BRT e articular com os prefeitos da Região Metropolitana e com a coordenação do Ação Metrópole a implantação de veículos leves sobre trilho (metrôs de superfície) em trechos onde esse tipo de transporte melhor se adeque, como em locais com menor necessidade de paradas. Ainda, organizar também as embarcações, de forma a interligar pontos do continente, como Ver-o-Peso e UFPA e Ver-o-Peso e Icoaraci, bem como interligar o continente às ilhas. O sistema de transporte e trânsito também deve dar centralidade ao subsistema cicloviário. O trabalho iniciado com a ciclovia da Av. Almirante Barroso e a ciclofaixa da Rodovia Augusto Montenegro, hoje abandonada, terá continuidade com a construção de ciclovias e ciclofaixas em todas as vias de grande fluxo de Belém.

E os projetos para a saúde?
Com base na experiência que tive como prefeito de Belém, vou retomar o Programa Família Saudável, que possibilita a cobertura de toda a cidade, especialmente da periferia, com uma equipe multidisciplinar de saúde que visita a população nas próprias residências, investindo assim no acompanhamento da saúde e na prevenção de doenças e prevenindo o aumento da demanda nos hospitais. Também vamos retomar os programas Saúde Bucal e Saúde da Mulher e a Casa de Saúde Mental. As ambulâncias 192 estão sucateadas. Parte da frota está parada por falta de manutenção e a UTI móvel que adquirimos na nossa gestão foi desativada. Vamos devolver a qualidade e a dignidade a esse serviço. Também não podemos falar em qualidade na saúde sem a valorização dos servidores que têm a vida dos pacientes nas mãos. Também serão garantidas condições de trabalho. Será necessário construir mais um hospital de Pronto Socorro Municipal, pelo menos.

Quais os projetos para a educação?
Há duas preocupações importantes: retomar os investimentos para a qualidade social da educação municipal, que será viabilizada objetivando tornar Belém um "território" livre do analfabetismo; e ampliar a rede municipal priorizando o ensino fundamental e a educação infantil e criar condições básicas para o pleno desenvolvimento cognitivo, psicomotor e de sociabilidade. As escolas municipais voltarão a ter bibliotecas com 3 mil volumes, no mínimo, cada, e manterão os alunos em um segundo período com atividades extracurriculares, tendo as artes e o esporte nas mais diversas linguagens como direitos acessíveis. As escolas municipais constituir-se-ão de espaços esportivos e culturais. Serão criadas as condições materiais para o uso dos equipamentos pela comunidade e serão viabilizadas políticas para o envolvimento das comunidades escolar e geral. A assunção, pela comunidade, da escola como bem de todos, possibilita prevenir a violência social e viabilizar a defesa e preservação do patrimônio público por parte de toda a comunidade.

Na sua opinião, dos candidatos que estão na disputa a vaga de prefeito, qual é o melhor? 
Edmilson Rodrigues.

Qual o seu diferencial perante os outros candidatos?
Todos os principais candidatos, exceto eu, têm participação no governo do estado ou da cidade, atualmente. No entanto, a experiência coordenada por mim, na Prefeitura de Belém, entre os anos de 1997 e 2004, marcou positivamente a vida de nossa querida Belém, tendo em vista a ampla experiência de participação popular; o cuidado com toda a cidade, tendo um olhar especial às áreas de baixada e de periferia, onde residem os mais necessitados; de transparência baseada na boa aplicação dos recursos públicos em favor de interesses coletivos e não de interesses particulares ou empresariais; a capacidade de diálogo com o povo e com as diversas forças políticas, que possibilitaram realizar projetos de grande envergadura nas áreas de macrodrenagem, educação, saúde, com destaque à ampliação do serviço de água e de esgoto para suprir a incompetência do governo do Estado (Cosanpa).

Caso o senhor ocupe a vaga de prefeito, o que fará para que Belém volte a ocupar o cargo de uma das cidades mais importantes do país?
Voltaremos a desenvolver políticas que mereçam reconhecimento nacional e internacional e que retirem a nossa cidade das manchetes policiais por denúncias de corrupção, de violência, de sujeira e de abandono das áreas sociais, como educação, saúde e assistência social. Por oito anos, Belém foi a cidade premiada pelo Banco Mundial (Participação Popular), pela ONU/Unicef (Prefeito Criança) e pela ONU/Habitat (Prêmio Dubai - 10 Melhores Práticas de Gestão do Mundo), com projetos como Desenvolvimento Humano no Aurá, Macrodrenagem do Tucunduba, Bolsa-Escola e Escola Circo, entre outros.

Candidato, você não sente vergonha em morar em uma cidade suja?
Quando assumi o primeiro mandato de prefeito, em 1997, a cidade estava mergulhada em montanhas de lixo. Foi possível ampliar a cobertura da coleta domiciliar de 51% da cidade, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para 100%. Também foi implantada a coleta seletiva de lixo, o que, infelizmente, foi destruído pela administração atual, que foi eleita com o apoio de todas as forças políticas tradicionais, representadas por grande parte dos pré-candidatos ao pleito deste ano.

O que o senhor tem a dizer sobre a gestão Duciomar Costa? Qual a sua análise?
Há um consenso que Belém tem sofrido há oito anos o mais perverso tratamento, com o abandono de todas as políticas de infraestrutura e das políticas sociais necessárias para fazê-la evoluir para uma verdadeira metrópole humanizada. A corrupção, a sujeira, o alagamento, as mortes por falta de assistência de saúde, a violência urbana e crianças e adolescentes nas ruas são exemplos dessa perversidade que tomou conta da nossa cidade.

E sobre a gestão Simão Jatene?
O Governador Simão Jatene deixou passar um ano e meio de gestão, tempo imprescindível para implantar um verdadeiro plano global de desenvolvimento econômico e social com equilíbrio ecológico no Pará. O resultado disso é a sangria dos recursos naturais, na incapacidade de investimento em infraestrutura e no caos dos sistemas de saúde, de educação e de segurança pública. A sensação é de que, dificilmente, pode-se esperar mudanças qualitativas, quando se percebe a evaporação de quase a metade do mandato do atual governador.

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